Uma pesquisa recente desvendou que as colônias dos pinguins-de-barbicha na Antártida reduzindo de maneira drástica, tendo diminuído mais de 75% nos últimos 50 anos. Para os especialistas, o grande culpado por isso é, possivelmente, o aquecimento global.
Os pinguins-de-barbicha estão entre as espécies de pinguins mais comuns da Antártida e costumam viver em grandes colônias. Na Ilha Zavodovski, um território do Reino Unido, é possível encontrar cerca de milhão de casais, o que é bem mais do que algumas espécies possuem no mundo inteiro, como o pinguim-imperador, que só conta com dois mil casais reprodutores. Mas apesar da quantidade, os dados recentes causaram preocupação nos pesquisadores.
O grupo responsável pela pesquisa fez parte de uma expedição do Greenpeace a várias ilhas da Antártida já conhecidas por serem os principais pontos de procriação dos pinguins-de-barbicha. Através de drones e outros equipamentos, foi possível mensurar a quantidade de pares reprodutores e comparar com os números obtidos na última expedição, feita há cerca de 5 décadas.
No ano de 1971, forma contabilizados cerca de 122 mil pares dessa espécie na Ilha Elefante, já em 2020, esse número diminuiu em 58%, com somente 52 mil pares.
Em uma outra colônia estudada, o total de pinguins teve uma queda de quase 80%. Os cientistas observaram essa impactante redução em diversas ilhas pelos arredores, mas a dimensão final dessa perda ainda está sendo calculada e deverá ser revelada dentro de alguns meses, após o final da expedição.
Vários fatores estão influenciando nessa situação, mas tudo indica que o aquecimento global é o principal. Esse fenômeno vem aumentando a temperatura das águas oceânicas ao longo das últimas décadas, o que consequentemente, diminui a quantidade de krill dos oceanos, uma das principais fontes de alimento dos pinguins-de-barbicha. De acordo com a entrevista de um dos envolvidos na pesquisa para um site de notícias, o professor da Brook University, Heather J. Lynch, o conjunto de evidências disponível indica que as alterações no clima tem sido as grandes responsáveis pelas mudanças drásticas na população de pinguins na Antártida. E, infelizmente, as expectativas não são favoráveis para o futuro, tendo em vista que o aquecimento global pode piorar nos próximos anos.