Sete em cada dez brasileiras (71%) já passaram por alguma situação de violência ao usar algum meio de transporte para se deslocar, segundo o que apontou uma pesquisa realizada pelos Institutos Patrícia Galvão e Locomotiva, com apoio da Uber.
De acordo com as conclusões do levantamento que, entre os dias 21 de junho e 11
de julho, ouviu 4.001 mulheres de todo o país, de 18 anos ou mais de idade:
● 44% delas disseram já ter recebido olhares insistentes ou cantadas inconvenientes;
● 26% afirmaram já ter sido assaltadas, furtadas ou sofrido sequestro relâmpago;
● 17% contaram que já sofreram com importunação sexual (que se refere à prática de
ato libidinoso contra alguém sem consentimento da pessoa);
● 16% disseram que já sofreram preconceito ou discriminação por alguma
característica, exceto raça;
● 10% afirmaram que já sofreram racismo;
● 6% contaram que já foram agredidas fisicamente; e
● 3% contaram que já foram estupradas.
“73% das entrevistadas disseram que sofreram violência durante deslocamentos a pé, 45% em ônibus, 13% em carro particular, 10% no metrô e 10% em carro de aplicativo”, especificou a reportagem do G1 sobre o assunto, publicada no dia 13 de setembro. Ainda, “a pesquisa mostra que, após a violência sofrida, 74% das vítimas nunca reagiram, e que
73% mudaram hábitos”, acrescentou o canal de notícias.
Dentre as estratégias citadas pelas entrevistadas para se proteger, estão entre as mais comuns: evitar passar por locais escuros (mencionada por 97% delas); escolher o lugar que vai sentar no transporte coletivo (mencionada por 90%); e evitar sair à noite (89%) ou usar certas roupas ou acessórios (87%).
Uma matéria sobre a mesma pesquisa (publicada no mesmo dia 13 de setembro), a CNN Brasil reportou, por sua vez, os principais fatores que geram insegurança nas mulheres durante o deslocamento. Nesse caso, foram apontados por elas:
● Ausência de policiamento (citado por 56% das entrevistadas);
● Falta de iluminação pública (52%);
● Ruas desertas e vazias (50%);
● Espaços públicos abandonados (44%);
● Falta de respeito / agressividade das pessoas (42%);
● Falta de empatia / solidariedade (39%);
● Falhas no transporte público (38%);
● Horário do deslocamento (28%).
Os dados da pesquisa dos Institutos Patrícia Galvão e Locomotiva revelaram,
também, que mais da metade das vítimas “se sentiu abalada psicologicamente e apenas 23% receberam ajuda de pessoas que presenciaram a situação de violência”, frisou, ainda, a reportagem da CNN Brasil.